Meteu-lhe a alcunha: «De cabeça, Falcao é um animal»

Gonzalo Ludueña foi o responsável pelo «apodo» de «El Tigre»


Radamel Falcao Garcia lançou o desafio. De onde lhe vem a alcunha de «El Tigre»? O próprio avançado deu a explicação no Twitter e o Maisfutebol falou com o responsável pelo «apodo», como se diz em Espanhol. Gonzalo Ludueña não perdeu rasto ao colega, conta como era o colombiano quando viviam juntos, e atira depois de ter visto os golos do 9 do FC Porto frente ao Spartak: «De cabeça, é um animal.»

O internacional colombiano faz do jogo aéreo uma ameaça. A agilidade de Falcao, o modo como se lança no 1-0 ao Spartak e, sobretudo, como se contorce no terceiro que fez aos russos, são movimentos felinos. Mas, curiosamente, a alcunha de El Tigre pouco tem a ver com essa característica do portista.

«Na Argentina, havia um programa de resumos dos jogos, nos quais se elegia a figura do encontro», começa por contar Gonzalo Ludueña, ao Maisfutebol. O futebolista do Everton (2º escalão do Chile) lembra que os melhores em campo «recebiam um prémio, patrocinado pela ESSO, que tinha um tigre no logótipo».

Daí até Falcao, foram dois golos, como conta: «Um dia, estávamos a jogar pelas categorias inferiores do River Plate, com o Hurácan. Tínhamos 16 ou 17 anos e o Falcao bisou. Quando chegou o final do jogo, brinquei com ele e disse-lhe que ele tinha sido o tigre da partida, como se dizia no programa. A alcunha ficou até hoje.»

Ludueña está em Viña del Mar, o colombiano no Porto. Ainda assim, não perde nada do que faz Falcao. «Ainda falamos, por vezes, e eu acompanho a carreira dele, por exemplo, sei que ele marcou três golos ontem [quinta-feira] na Liga Europa», contou o ala argentino, de 25 anos. «E vi os golos, dois de cabeça», riu.

A pergunta seguinte tornou-se óbvia: já era assim antes? Pelos vistos, sim: «Quando era novo, era igual, sempre fez a diferença pelo jogo aéreo. De cabeça, é um animal, é a melhor arma dele e cada vez parece estar melhor. Ele sempre treinou muito bem esse aspecto, mas eu acho que nele é natural, já nasceu assim.»

«Éramos 50 e queria levar-nos todos à igreja»

Gonzalo Ludueña passou a adolescência com El Tigre. Esse período conturbado da vida, para Falcao, pelos vistos, não o foi assim tanto. «Fora de campo é super tranquilo, é uma óptima pessoa, e não digo por dizer», garante Ludueña ao nosso jornal.

«Vocês que tratam com ele em Portugal de certeza que já perceberam isso, surpreende toda a gente, até pelo nível de educação», continua el Hachita. «Muitos perdem a humildade quando conseguem o que ele conseguiu, mas ele não», sublinha o argentino.

De volta ao River Plate, Ludueña diz que teve «mil histórias, coisas loucas» com o colombiano. «Mas o que lhe posso dizer é que ele é muito crente em Deus e ia sempre à igreja», disse, percebendo-se um sorriso, pelo telefone. «Éramos uns 50 miúdos, vivíamos numa pensão, porque o River Plate tinha isso tudo muito bem organizado, e ele batia porta a porta, para irmos com ele», recordou.

Por fim, um outro conto: «No campo, tenho outra história. Estreei-me em 2006 na equipa principal do River Plate, frente ao Rosário Central. E foi para substituir o Falcao, que já tinha marcado um golo nesse dia.»

As histórias de Gonzalo Ludueña e Radamel Falcao Garcia estão ligadas, mesmo que as carreiras sejam tão diferentes quanto a distância entre o FC Porto e o Everton Viña del Mar, pelo qual também joga um tal Alejandro Escalona (ex-Benfica).

A recordação final de Ludueña sobre Falcao mete golos, claro. «Dele, guardo dois especiais», admite. «Foram aqueles ao Independiente, na estreia a marcar pelo River Plate. Nunca mais saiu da equipa», lembrou. E muitas mais vezes foi o Tigre das partidas, não?

- in maisfutebol.iol.pt

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